Quando me citavam a palavra Samurai, a primeira coisa que me vinha à cabeça era um homem armadurado empunhando uma katana, e se me dissessem que haviam mulheres entre eles, eu acharia ridículo. Muitos ocidentais ainda acham isso coisa de Anime e Mangá, e muitos mestres de D&D ainda proíbem o uso da classe Samurai por personagens femininas. Eu era um deles.
No entanto, minha pesquisa sobre pôneis orientais me levou a encontrar as guerreiras conhecidas como Onna Bugeisha (女武芸者). Elas eram uma parte pequena, mas representativa, da elite Bushi (origem dos samurai) e algumas delas (por exemplo, a imperatriz Jingu, Nakako Takeko, Hojo Masako e Tomoe Gozen) tiveram um grande impacto sobre a história japonesa.
Muitas esposas, viúvas e filhas de famílias nobres responderam ao chamado do dever e se envolveram nas batalhas travadas entre os samurais. Devido à sua origem nobre, era natural que elas fossem treinadas no uso de armas para proteger sua casa, família e honra em tempos de guerra (mais ou menos como a elite atual, que costuma fornecer treinamento em armas de fogo para seus familiares). Elas também representaram uma divergência em relação ao papel tradicional de “dona de casa” da mulher japonesa (e em total contraponto às garotas Moe apresentadas em anime/mangá atualmente). Elas às vezes são erroneamente citadas como “samurai do sexo feminino”, mas isso não passa de uma simplificação excessiva. Onna bugeisha na verdade é um título utilizado para mulheres de grande importância na história do Japão.
A arma mais comumente usada por essas guerreiras foi a Naginata, que consiste em uma lâmina curva fixada na ponta de uma haste. Devido a sua versatilidade e ajustabilidade, muitas mulheres foram atraídas para o seu uso. Essa arma oferece uma grande variedade de técnicas de longo alcance devido ao seu comprimento. Ela também provou ser muito eficiente contra saqueadores, que muitas vezes atacavam a cavalo. Além disso, o naginata provou-se eficaz no combate a curta distância. Considerando-se a vantagem habitual na força que os homens tinham sobre as mulheres, uma mulher forte armada com uma naginata poderia manter-se próxima à maioria dos combatentes. Nessas circunstâncias força física, peso e qualidade da arma contavam menos que a habilidade do usuário. Devido ao seu uso por várias mulheres lendárias, a imagem da naginata ficou ligada à icônica mulher guerreira. Durante o Período Edo, muitas escolas com ênfase no uso da naginata foram criadas e perpetuaram sua associação com as mulheres guerreiras.
Fonte: Wikipedia em Inglês